Nosso País vive uma grande turbulência “econopolítica”, perdoem-me pela licença poética de ter fundido, isso fundido não outra coisa parecida, os termos economia com política.
Já passamos por várias crises onde em alguns momentos de hiperinflação nosso dinheiro se desvalorizava a cada segundo, havia neste tempo um remédio chamado de “gatilho” usado para recompor o poder de compra dos salários. Tempos bicudos aqueles, andávamos com bolos de notas que não valiam praticamente nada. Nos bastidores havia também, como hoje, uma grave e potente crise ética e moral na classe política (lembrando que a política tem sua própria moral e ética, diferente da comum pelo simples fato de estar a serviço da manutenção a qualquer preço do poder) em todos os seus matizes, algo que não aflorava devido a uma série de fatores os quais sustentavam a continuidade do Estado brasileiro daquela forma.
Entre estes fatores havia um preponderante que se refere ao próprio sistema capitalista, o qual admite, em qualquer lugar que esteja instalado, um certo grau de corrupção entre as relações da coisa pública com a coisa privada.
O capitalismo admite em suas relações corrupção desde que esta seja controlada pelo sistema em seus limites de tolerância que não são fáceis de quantificar até mesmo pela obscuridade advinda da ação repudiável quando posta à luz de fatos conhecidos e incontroversos. “À noite todos os gatos são pardos.”
No fenômeno atual os limites toleráveis, bem como o ator indutor, passaram a ser o próprio Estado que tomou as rédeas de um conglomerado corrupto pré-existente atribuindo ao mesmo dimensões superlativas e voracidade poucas vezes percebida na história da humanidade. O Volume é tão expressivo que o sistema entrou em colapso, funcionando em movimento espiral dragou toda a capacidade econômica dos próprios envolvidos.
Além do nefasto reflexo de quase insolvência das corporações públicas e privadas, paralisou a economia do País num movimento, também em espiral de força negativa, o qual levou consigo a esperança do povo brasileiro em acreditar na capacidade do governo de plantão em promover dias melhores.
Neste aspecto nasce novo e cruel problema para o Brasil, qual seja a polarização entre nós X eles. Esta disputa não interessa aos brasileiros, ela serve apenas para acirrar os ânimos de lado a lado e causar fissuras sociais que podem nos levar ao caos da decretação de uma guerra civil. Aí sim estaríamos em má situação, visto que, tal situação, legitimaria um levante militar e a ruptura do decantado Estado Democrático de Direito.
Temos que avaliar bem nossas certezas para não retroagirmos ainda mais nas conquistas que a duras penas foram acumuladas durante as décadas de exploração que sofremos por todos, digo todos os governos que passaram à frente de nosso País. Podemos chegar ao cúmulo de afirmar que nunca tivemos um governante que realmente fosse patriota, que estivesse engajado em promover a justiça social e a distribuição fraterna de nossas riquezas entre todos os brasileiros. Um governo que protegesse a classe trabalhadora dos ataques advindos do capital.
Nossos desafios são gigantescos, mas, em favor das próximas gerações, não podemos nos furtar ao debate franco, honesto e razoável para cunharmos (sem trocadilhos) juntos uma saída para esta atroz realidade que nos sufoca.
Somos todos brasileiros é nossa obrigação garantir nossa soberania valorizando nossos bens culturais e a paz social, temos que exigir mudanças drásticas no nosso Estado como um todo, principalmente no sistema dessa democracia representativa que na verdade não nos representa.
Grande avanço seria estabelecer a democracia participativa onde a utilização dos plebiscitos e referendos fossem a mola mestra de nosso Estado democrático de direito.
Apelo a todos os brasileiros de boa vontade que se juntem ao grande movimento transformador que vá a passos largos rumo à democracia representativa. Vamos deixar de lado o que nos afasta e agregar o que nos é comum construindo um País com saúde, educação, segurança e trabalho para todos sem distinções.
Leonardo Vitor S. C. Vale – Presidente.